sábado, 26 de novembro de 2016

COMO ISRAEL ENCARA A VITÓRIA DE TRUMP

A conferência do movimento "alt-right" no fim de semana passado deixou claro: há um espírito de otimismo entre os radicais de direita dos Estados Unidos. Após gritos de Heil Trump! e declarações antissemitas, seguiu-se na plateia a saudaçom nazista.


Enquanto, nos Estados Unidos, os Judeus, que votaram maioritariamente na candidata democrata (75%), mostraram-se chocados com a eleiçom de Donald Trump no passado dia 9 de novembro e a nova vaga de crimes antissemitas, poucas reações foram registradas em Israel.

Mas agora políticos de oposiçom reagiram. A ex-ministra do Exterior Tzipi Livni, do partido de centro-esquerda Uniom Sionista, afirmou estar profundamente perturbada e acrescentou que políticos de todo mundo precisam dizer que "nom há lugar para isso" nas suas sociedades.

Já o presidente do partido liberal Yesh Atid, Yair Lapid, apelou aos políticos americanos para que condenem tais "expressões de simpatia por nazistas".

Trump distanciou-se do movimento de extrema direita "alt-right", ao qual o seu futuro conselheiro-chefe, Steve Bannon, ofereceu umha plataforma com seu site Breitbart News. Mas a nomeaçom de Bannon é apenas um exemplo dumha série de incidentes com conotações antissemitas. Eles incluem, por exemplo, a publicaçom dumha ilustraçom contra Hillary Clinton durante a campanha, trazendo notas de dólar e umha estrela semelhante à de Davi. Durante a campanha eleitoral Trump também chegou a dizer às grandes organizações sionistas "eu sei que nom vam votar em mim, porque eu nom quero o vosso sujo dinheiro".
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O clima político e social nos Estados Unidos é tenso. "Desde os anos 30 que a comunidade judaica americana nom experimentava tamanho grau de antissemitismo no discurso político e público", alertou a influente Anti-Defamation League (ADL), organizaçom ativa nao combate à discriminaçom dos Judeus.

Mas entre os políticos governantes em Israel, enfrentados com o governo Obama, predomina uma compreensom tácita de que se deve aceitar o resultado das eleições democráticas nos EUA e que nom se deve melindrar o maior parceiro estratégico do país. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu saudou oficialmente a eleiçom de Trump. Na coalizom de direita de Netanyahu há pessoas que veem um parceiro ideológico no novo presidente dos Estados Unidos. Nacionalistas esperam obter agora sinal verde dos americanos para a continuação dos assentamentos na Cisjordânia ou para que a embaixada norte-americana em Israel seja deslocada de Televive para Jerusalém.

Um ministro do partido nacional-religioso Casa Judaica até mesmo expressou seu apoio explícito a Bannon. E Naftali Bennett, ministro da Educaçom e presidente do mesmo partido, reuniu-se recentemente com assessores de Trump para discutir alternativas para a soluçom de dous Estados. Netanyahu respondeu com umha repreensão considerada atípica, afirmando que nengum membro do seu gabinete deve fazer contato com assessores de Trump antes que as linhas políticas do futuro governo dos EUA estejam claras.

Bom para Israel, ruim para os judeus nos EUA?

O próprio Trump até agora mostrou-se ao lado de Israel. Por isso, ele goza da aprovaçom da direita do país. Para ela, é mais importante o apoio do presidente dos Estados Unidos, por exemplo, em questões de segurança –tais como a prevençom dum Irão com tecnologia nuclear– do que as preocupações dos Judeus nos Estados Unidos. E isso inclui fazer vista grossa para o antissemitismo nos EUA.

A jornalista Tal Shalev, da editoria de política do site de notícias israelense Walla, vê essa situaçom com preocupaçom, temendo que as relações entre Israel e os Judeus americanos sejam prejudicadas. "É um dilema para Israel: o que é bom para o país pode ser ruim para os Judeus nos EUA. É importante que Israel demonstre mais solidariedade com a comunidade judaica americana", afirma.

O jornal liberal Haaretz também vê nessa situaçom como umha ameaça, mas também umha oportunidade. "Nunca houve tamanha oportunidade, para os Judeus liberais em ambos os países, de se entenderem e terem umha causa comum, de apoiarem uns aos outros em tempos difíceis", escreve a publicaçom.

Postagem elaborada a partir de informações da DWBRASIL e Bernard-Henri Lévy

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