terça-feira, 15 de outubro de 2013

VILA NOVA DE FOZ CÔA

Cidade localizada na regiom do Douro, com cerca de 3.100 habitantes.

Como todas as povoações de entre Douro e Côa, existe presença judaica documentada desde o século XIV. Esta dinâmica comunidade era composta principalmente de artesãos que fizeram prosperar a vila graças ao seu génio laborioso e a grande capacidade para a indústria. No século XV esta comunidade cresceu graças à expulsom dos Judeus dos reinos de Espanha.

Após o decreto de expulsom decretada em 1496, os Judeus que se mantiveram continuaram a residir na Rua do Castelo, principal eixo do bairro, que conservou a designaçom de "Bairro dos Judeus" mesmo depois de extinta a divisom entre cristãos-novos e cristãos-velhos e onde existe umha inscriçom característica de "voto de cristão-novo" encima dumha das portas dumha casa.

É aqui que se localiza ainda hoje o edifício correspondente à antiga sinagoga (assim transmitido pola tradiçom oral) e que há séculos foi transformado na Capela de Sta. Quitéria (planta quadrada).

Porém, da arquitetura judaica resta muito pouco em Vila Nova de Foz Côa, talvez devido aos muitos restauros e alterações no tecido urbano, devendo ser preservadas as casas com "balcoada em xisto" ainda existentes na zona do Castelo.


Foto: Rede de Judiarias de Portugal. V.N. de Foz Côa

Vila Nova é um dos mais populares centros de artesanato da regiom, conservando-se umha tradiçom de fabrico de artigos de ferro, latom e outros metais, oficio cuja origem é essencialmente judaica. D. Joaquim de Azevedo taxa injustamente de preguiçosos os fozcoenses polo facto de se entregarem menos à agricultura do que ao comércio, ramo em que se mostram destros. Para este autor só o amanho da terra merece o título de trabalho. Reconhece porém que a fábrica de atanados e cordovões contribuiu para o enriquecimento de muitas famílias.

Na sequência da Revoluçom Francesa (1789), vários emigrados judeus transmontanos em Bordéus e Bayonne pugnaram e conseguiram igualdade de direitos políticos e de voto depois consagrados na Declaraçom dos Direitos do Homem e do Cidadão (1791). Terá sido este facto que em 1808 esteve na origem do ataque de cristãos-velhos a cristãos-novos em Vila Nova de Foz Côa quando das invasões francesas e que aconteceram sob a acusaçom de estes se terem aliado aos invasores. Registaram-se mais de cem mortos.

Estám identificados mais de 130 processos inquisitoriais por judaísmo contra naturais ou moradores de Vila Nova de Foz Côa, tendo decorrido entre 1541 o primeiro e 1763 o último em que já nom houve sentença. 


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